Saúde do Homem – Câncer de próstata

 VALE A PENA LER DE NOVO:

 

A Clínica COOPEDER lembra que os homens também devem ter cuidados especiais com sua saúde. O Dr. Marcelo Esteves Chaves Campos esclarece em entrevista alguns dos cuidados que os homens devem ter com sua saúde e comenta sobre o preconceito e o medo que ainda persiste na hora do exame de toque.

As mulheres geralmente têm um acompanhamento ginecológico durante toda sua vida adulta. Já os homens só começam a consultar os urologistas depois de uma certa idade. Essa ausência dos homens nos consultórios urológicos podem significar maiores complicações?

Homens vivem em média sete anos menos que as mulheres, pois estes, por uma série de questões culturais e educacionais, geralmente, só procuram o serviço de saúde quando perdem sua capacidade de trabalho. Com isso, perde-se um tempo precioso de diagnóstico precoce ou de prevenção, já que chegam ao serviço de saúde em situações limite. Assim, textos informativos, como este da COOPEDER, e campanhas de divulgação da importância da prevenção e tratamento das doenças específicas do homem brasileiro são extremamente importantes para apoiar a mudança de atitude diante dos riscos e doenças específicas dessa população.

Ainda existe medo e preconceito sobre o exame de toque retal, necessário para diagnosticar o câncer de próstata. Esse preconceito vem diminuindo?

Os homens relutam em realizar o exame de toque retal devido ao preconceito cultural típico do machismo dos países latinos e também por medo de sentir dor. Nós, homens,  somos muito mais medrosos do que as mulheres, que enfrentam melhor qualquer situação dolorosa.  Vagarosamente, o preconceito vem diminuindo, mas, infelizmente, muitos homens ainda não buscam ajuda no consultório do urologista por receio de se submeter ao exame do toque retal.  Este exame é rápido e indolor! O homem inteligente é o homem que se cuida.

O exame do toque é a única opção de diagnóstico do câncer de próstata?

O único exame que realmente faz o diagnóstico do câncer de próstata é a biópsia prostática, que é um exame invasivo e só deve ser solicitado em casos de suspeita do câncer.  Tanto o toque retal quanto o exame de sangue para dosagem de PSA não confirmam um diagnóstico de câncer, e sim, nos permite suspeitar sobre a presença de um tumor na próstata. Assim, a biópsia prostática só é solicitada em casos de suspeita do câncer, em que encontramos alguma alteração nos exames. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todos os homens, a partir dos 50 anos, consultem um urologista anualmente para realização do exame de sangue para dosagem do PSA e do toque retal se necessário. O urologista saberá orientar cada paciente sobre a necessidade dos exames e o acompanhamento regular com o mesmo é o mais importante.

Além do câncer, ele é capaz de diagnosticar mais alguma outra patologia? O que é(são) essa(s) doença(s)?

O exame dígito- prostático, realizado pelo toque retal, nos permite identificar as características da próstata como tamanho, consistência, mobilidade, simetria, presença de sulco mediano, sensibilidade e presença ou não de nódulos.  Assim, podemos avaliar algumas doenças da próstata como câncer, inflamação e hiperplasia benigna. Uma questão importante, que também deve ser enfatizada, é que os homens associam as doenças da próstata à disfunção erétil o que não é uma verdade. A próstata não tem nada a ver com a função sexual, e sim, com a função reprodutiva. Em 80% dos casos de disfunção erétil, a causa é psicogênica. O homem que tem medo de “falhar”, na hora da relação sexual, vai “falhar”.

Sendo diagnosticado no início, quais as chances de cura do câncer de próstata?

Quando o câncer é diagnosticado no início e está localizado dentro da próstata, com a cirurgia, por exemplo, curamos entre 85% e 90% dos pacientes. Se o tumor já estiver avançado e já saiu da próstata, a eficiência do tratamento cai muito e nesses casos a intenção de tratamento não é mais curativa, e sim, paliativa. Por isso, é fundamental que todos os homens procurem um urologista para um diagnóstico preciso.

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